24 de agosto de 2012

ESCOLA É...



... o lugar que se faz amigos. Não se trata só de prédios, salas, quadros, Programas, horários, conceitos. Escola é, sobretudo, gente. Gentes que trabalha, gente que alegra, se conhece, que estuda. O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente. Cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida em que um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados". Nada de viver com as pessoas e depois, descobrir que não tem amizade a ninguém. Nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio e só. Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade. É criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se "amarrar nela"! Ora é lógico...Numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz. É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo. (Paulo Freire).
Pensar nestas palavras de Paulo Freire é olhar a escola e vê-la numa perspectiva humana. É reconhecer que sua função é ensinar de modo que toque a razão e a alma das pessoas. Sem gente, a escola é meramente pedras, mas com gente ela é um terreno fértil para o desenvolvimento e crescimento, tanto no âmbito da aprendizagem dos conteúdo, como principalmente no âmbito das relações que são estabelecidas. Nossas escolas precisam ser aconchegantes, atrativas, motivadoras, para que as pessoas sintam-se felizes, tenham satisfação em ir e estar. Precisamos superar esse modelo de escola, que rotula, que cria esteriótipos, que exclui, que segrega, que gera sofrimento e competitividade nos educandos/as, educadores/as, gestores/as, supervisores/as, coordenadores/as, psicopedagogos/as e funcionários/as. A escola precisa despertar em todos  o prazer em aprender. Aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser, aprender a viver junto. Que este aprendizado constitua subjetividades mais solidárias, fraternas, humanizantes. Para tanto, a escola cartesiana precisa ser superada, dando lugar a uma nova escola, a escola da vida, onde se ensina e aprende para toda a vida. E aprender para toda vida, implica ensinar considerando a totalidade do ser humano, a saber: razão e emoção. 



PARA PENSAR: A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO PROBLEMATIZADOR E DA AMOROSIDADE NA EJA


Tenho observado o cotidiano e percebido que sempre estamos ocupados, atarefados, atrasados, preocupados, estressados. Todos estes “ados” se constitui parte de um modelo de sociedade preocupada em não desperdiçar o tempo. Mas muitas vezes, neste corre-corre deixamos de nos ocuparmos com o essencial. Em ouvir a voz, os sentimentos e até mesmo o silenciar do outro. É a sociedade da contradição, onde o altruísmo é descartado  e o hedonismo valorizado. Estamos “próximos” e simultaneamente distantes. Distantes do outro, de suas necessidades, de seus apelos, de sua doce presença. Um dia Dalai Lama fez a seguinte afirmativa: “O que mais me  surpreende  na humanidade são as ações do homem. Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver, nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer. E morrem como se nunca tivesse vivido”. Considerando as palavras de Dalai Lama, precisamos às vezes parar um pouco, olhar, ouvir, sentir, viver de modo significativo nesta sociedade cada vez mais imediatista e fugaz.

Como ser educador neste contexto? Como ter uma prática educativa que prime pelo dialogo problematizador se estamos tão ocupados e cansados? Que valor tem dialogar com meus alunos, se nesta sociedade temos que passar o conteúdo aligeiradamente e concluir o livro didático?

Dialogar requer a capacidade de ouvir, de dar oportunidade para que o outro se expresse, de penetrar nas entrelinhas de sua fala e provocar a reflexão, sensibilidade e a amorosidade mesmo nos momentos de discordância, de conflitos. Precisamos instigar nossa sensibilidade, nosso olhar, ouvir, sentir, cheirar, tocar. 

As experiências que tenho tido com a Educação de Jovens e Adultos, tem me proporcionado um aprendizado contagiante. Ensinar, hoje para mim, implica conhecer meu aluno, possibilitar que ele faça parte deste maravilhoso processo, que é ensinar-aprender; significa desafiá-lo a querer conhecer e aprender mais. Nesta turma, temos entendido, que somos mutualmente educadores e educandos, eu aprendo ensinando e meus alunos ensinam aprendendo. Esta cumplicidade só é possível se tivermos abertos  a ouvir o outro, se assumirmos uma prática com compromisso e responsabilidade social, se entendermos que o outro tem um valor inestimável, se valorizarmos seu modo de ser, de pensar, de fazer, de sentir.

Assim, proporcionar uma aprendizagem regada pelo diálogo problematizador constitui subjetividades protagonistas, sujeitos de suas histórias, capazes de ver, ouvir, sentir, interagir e agir na realidade concreta de modo a torná-la um espetáculo. Pensar desta forma, nos torna pessoas  melhores e felizes.  
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9 de agosto de 2012

PROJETO DE EXTENSÃO DA UFPB/CE:O USO DA IMAGEM NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA.

O curso de pedagogia da UFPB possibilitou-me o acesso a projetos de pesquisa. Dentre os projetos, foi bolsista do PIBIC, coordenado pelo Prof. Dr. Erenildo João Carlos. O projeto era intitulado "O USO ESTRATÉGICO DA IMAGEM NA EDUCAÇÃO POPULAR". Tal projeto tinha a intencionalidade em investigar nos escritos de Paulo Freire, como o autor tratava e usava a imagem nos círculos de diálogo. O resultado da pesquisa foi: que a imagem era tratada como ilustração, ou seja, era utilizada para embelezar o texto e conferir visualidade às situações existenciais e ao universo temático e vocabular estudados; a imagem também promovia a associação meneumônica,sendo associada à palavra e ao tema, tendo em vista agregar à escrita informações visuais pertinentes à realidade em questão. Além destes dois aspectos,a imagem também era tratada como mediação do conhecimento, como representação da realidade concreta, tendo em vista o conhecimento do cotidiano vivido existencialmente. Findado o projeto, foi encaminhado outra proposta, tendo em vista dar continuidade a investigação, todavia, este momento objetiva confirmar na prática,se a imagem (foto, vídeo, Charge, xilogravura, pintura etc) media ou não o conhecimento escolar. Assim,foi aprovado o projeto de extensão(PROBEX)da UFPB. Como o projeto é a continuidade do anterior,o coordenador Prof. Dr. Erenildo João Carlos, solicitou da Escola Municipal Escritor Luiz Augusto Crispim, autorização para realizar a intervenção nas turmas de Alfabetização de EJA. Este projeto tem como objetivo analisar teórica e praticamente as possibilidades do uso da imagem como mediação pedagógica no processo de alfabetização de jovens e adultos (AJA) numa perspectiva freireana. O projeto conta com a participação de duas alunas do curso de pedagogia, uma bolsista e outra voluntária.O projeto iniciou-se no mês de Julho e a previsão de término para dezembro. Pretende-se, com o projeto, colaborar com a aprendizagem. O projeto que está sendo realizado na minha turma de EJA e na turma de outra professora (ambas as turmas EJA do ciclo 1), tem demonstrado que o uso da imagem tem facilitado no processo de alfabetização da turma. As ações ocorrem dois dias na semana, na biblioteca da escola. Esta parceria com a UFPB, mediante os projeto, tem oportunizado articular a teoria coma prática.

2 de agosto de 2012

REFLETINDO SOBRE A APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

A Educação ao longo da vida presente no Marco de Belém, expressa uma proposta de educação onde os diferentes sujeitos da EJA possam vivenciar cotidianamente aprendizagens significativas. Que os saberes oriundos das experiências concretas dos alunos/a sejam contempladas visando assegurar as diversidades regionais e locais das populações, seja nos projetos pedagógicos, no currículo da escola, nas metodologias adotadas, nas estratégias de avaliações, na elaboração dos livros didáticos, bem como garantir o acesso, permanência e continuidade de estudos, possibilitando práticas alternativas de ensino e aprendizagem. Assim, para aprender ao longo da vida, faz-se necessário que o Estado crie as condições de existência para que os educandos possam aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a fazer junto e aprender a viver. Este aprender não se finda, mas é permanente enquanto vida existir. Neste sentido, vale destacar que o documento do Marco de Belém destaca a importância do compromisso na formulação e efetivação de políticas públicas que garanta a alfabetização de jovens e adultos na cidade ou no campo, tendo em vista o desenvolvimento da aprendizagem ao longo da vida; a “[...] melhoria estrutural e a criação de mecanismos de reconhecimento, validação e certificação de todas as formas de aprendizagem” (2011, p. 4-5). Para tanto, os Eixos financiamento; participação, inclusão e equidade; qualidade e monitoramento e implementação do Marco de Belém são complementares no que tange ao cumprimento do Direito destes sujeitos. Para maiores informações acesse abaixo o documento.
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