5 de março de 2013

PARAÍBA, SIM SENHOR.

Estudos historiográficos da educação nos informam que o país tem vivido vários momentos de luta política e mobilização social a favor do reconhecimento, da garantia e efetividade do direito da população brasileira à educação pública, gratuita e de qualidade. Nesse processo, ressaltamos a singularidade da década de 1990 como um marco da história da educação brasileira onde os aspectos regionais foram sendo incorporados na agenda politica, no sentido de reconhecer, valorizar as singularidades regionais vigente em nossa sociedade, cada vez mais diversa e plural 

Partimos do pressuposto de que a problemática da escolarização é típica das sociedades que erigiram a escola como um espaço de aprendizagem do conteúdo simbólico considerado legítimo e necessário socialmente, como, por exemplo, a sociedade capitalista brasileira atual, onde o acesso escolar e a apropriação do conjunto de coisas ditas, escritas e vistas funcionam como uma espécie de capital simbólico, de logomarca social que identifica o tipo de indivíduo qualificado para ocupar as posições necessárias à reprodução do saber competente, da cultura hegemônica, das funções institucionais e da lógica do capital. 

Nessa ordem social vigente e hegemônica, não há como deixar de entender a escola e o processo de escolarização como interfaces de um acontecimento cultural e histórico relativo à constituição dos sujeitos individuais e à configuração das relações sociais. O acesso à escola e à construção efetiva de uma escolarização de qualidade é posto como um direito fundamental do ser humano, cuja negação significa, em última instância, a negação ontológica do tipo de homem e de mulher concretos e singulares que somos nesse momento e lugar da história. 

Excluir qualquer pessoa desse lugar e do processo social pode ser visto como um ato de interdição da humanidade, de impedimento do desenvolvimento da historicidade e da singularidade cultural do cidadão. A escola e seus processos pedagógicos são, efetivamente, objetos de desejo e de luta, porque estão fora desse cenário, e ocupá-lo tardiamente, fora do tempo etário adequado, ou fora da qualidade social concreta necessária, significará carregar, no itinerário biográfico pessoal, a marca da exclusão, da negação da cidadania. 

A consciência histórica desse fenômeno cultural tem mobilizado indivíduos, instituições e movimentos sociais para a inclusão efetiva de jovens, de adultos e de idosos na cidade ou no campo, o que implica, de um lado, a luta pelo reconhecimento e a garantia da escolarização, como um bem simbólico e como um direito público subjetivo da população nas suas regiões, e, de outro, a formulação de políticas públicas que atendam às demandas específicas dos diversos tipos de sujeitos e territorialidades. 

Diante desta realidade, a valoração de uma determinada necessidade, interesse ou aspiração como legítima se traduz na elaboração de Leis, Decretos, Resoluções e Portarias singulares que transformam o bem social valorado em um bem social normatizado. Exemplos disso são as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as Diretrizes Nacionais da Educação de Jovens e Adultos que regulam o direito público subjetivo do cidadão brasileiro, em geral, à escolarização, e do cidadão do campo e da cidade, em particular, tendo em vista o reconhecimento das demandas regionais, seja no currículo escolar, na elaboração de livros didáticos, na organização e funcionamento da escola. 

Movidos por esse espírito reflexivo, o presente projeto pedagógico objetiva conhecer, dialogar, refletir, problematizar sobre a cultura regional, mas especificamente a cultura paraibana, tendo em vista sua valorização por parte do corpo docente e discente da escola. 

SEGUE ABAIXO O PROJETO


Um comentário:

  1. ola Dafiana, sou um apaixonado pela EJA e tenho muita vontade em aprofundar os meus conhcimentos, sou graduado em Pedagogia pela UFPB com aprofundamento na EJA mas não estou atuando no momento, como poderia entrar em algum grupo de estudos nesse campo? vc poderia me ajudar?

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